Max,
40 anos, solteiro desceu apressado do coletivo no terminal, estava atrasado
para um importante compromisso naquela manhã em Goiânia. Passou pela catraca, descendo
a rampa de saída em direção a faixa de pedestres na avenida ao lado.
Estava
movimentada aquela rua, o fluxo de veículos era enorme. A correria de sempre
que já se tornou normal para quem vive na capital.
Quando
estava próximo da faixa percebeu que uma jovem mulher invadira a pista sem
perceber que se aproximava um ônibus. Na certa seria atropelada e morta, pois,
pela velocidade da lotação o impacto seria fatal.
Instintivamente
estendeu a mão e a puxou pelo braço. Numa fração de segundos conseguiu salvar a
moça livrando-a da morte.
Assustada
abraçou-o e começou a chorar desesperadamente. Ele a confortava passando a mão
em sua cabeça bem devagar e dizendo para ter calma, pois o pior tinha passado e
ela havia se salvado.
Max
perguntou-lhe se queria que chamasse o Samu ou alguém da família, mas entre
soluços, Roberta, esse era seu nome, disse que não precisava de atendimento
médico e que seus parentes moravam no interior.
Ele
insistiu em ligar para alguém, uma amiga, quem sabe, preocupado que estava com
o descontrole emocional dela. Diante de mais uma negativa da jovem, levou-a
para um bar do outro lado da rua para dar-lhe algo de beber, talvez água com açúcar.
Assentados
à mesa, ela agora mais calma começa a contar-lhe sua vida. Disse-lhe que não
foi um acidente, mas que tinha vindo para a capital com a intenção de se matar e
a melhor maneira que encontrara era se jogar na frente daquele ônibus.
Mas
estava aliviada de não ter concretizado tal plano e grata por ele tê-la salvo.
Aos
quinze anos ela conheceu um cara de vinte e se apaixonou ao ponto de enfrentar os
pais que não queriam aquele relacionamento e fugiu com ele para outra cidade
onde foram morar juntos.
Depois
de tudo que ela enfrentou para viver com ele, aqueles anos todos brigada com a família,
o cara a expulsou de casa para viver com outra sob a alegação de que não gostava
mais dela.
Desesperada,
longe dos pais e familiares, se viu sem rumo, sem direção. Tendo vivido todo aquele tempo dedicada ao
marido, quase que isolada do mundo, não teve filhos, nem fizera qualquer
amizade.
Enquanto
ela falava, ele a observava. Apesar do rosto vermelho e os olhos inchados de
tanto chorar, lhe pareceu uma mulher bonita, atraente e bem jovem.
Depois
de um longo tempo ela já estava mais tranquila e ele tinha lhe convencido de
que o melhor era permanecer vivendo, reconciliar com a família e recomeçar.
Roberta
concordou de acompanhá-lo em seus compromissos. Verdade é que Max estava
encantado com aquela mulher.
Ele
estava tão impressionado com ela que ao atravessar a rua se distraiu e foi
atropelado por um caminhão.
Roberta
começou a gritar desesperadamente e imediatamente formou-se um tumulto em volta
do corpo estendido no meio da rua. Um carro de polícia que passava próximo ao
local se aproximou e acionou o socorro médico. Alguém se abaixou ao lado de Max
querendo ajudar e disse, “o cara morreu”.
Brincadeirinha.
Na
verdade eles nem atravessaram a rua, saíram caminhando pela calçada, agora a
moça já sorria das brincadeiras de Max e logo estavam de mãos dadas. Mais adiante
se abraçaram e seguiram caminho.
Parece
que ali começava uma nova história para Roberta. Seu recomeço.
*** imagens da internet
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