segunda-feira, 19 de novembro de 2012
PERDIDO NO TEMPO (INSANIDADE)
Estou perdido no
tempo
Entre o presente e o
passado
Sem conseguir olhar
para o futuro
Sinto-me frustrado e
decepcionado
Enorme é o vazio e
imensa a desilusão
Não consigo aceitar
essa possibilidade
Perco-me em devaneios
E minha mente viaja
em lembranças
Dos momentos bons que
com ela passei
Beijos, abraços,
intimidades, confidências, cumplicidade
Ao mesmo tempo,
solidão, tristeza, incompreensão
Um conflito de
pensamentos que perturba e aperta forte meu peito.
Impossível continuar
vivendo assim
A loucura é grande, a
insanidade é tamanha
Que paranóia essa
minha
Se ela está aqui
dormindo ao meu lado?
* Arte de Luciano Max
domingo, 18 de novembro de 2012
EU NÃO MORRI
domingo, novembro 18, 2012
beijo, champanhe, heron's, heronjc, morte, revolver, traição, vida
sem comentário
É noite e estamos em um belo
apartamento com vista para o mar, na sala com pouca luz, sobre a mesa de centro
champanhe bem gelada, no confortável sofá uma linda mulher e seu parceiro
sorrindo muito brindam e se beijam. A alegria está estampada em seus rostos,
parece que algo muito bom acaba de lhes acontecer, o que será?
Enquanto
isso num outro lugar, eu estava cansado de observar o tempo, as pessoas, o
movimento e nada de acordar, seria mesmo um sonho? Apesar de o tempo estar
estranho e mudar de segunda pra sexta tão rapidamente parecia um longo período
pra ser um sonho, apesar da confusão de situações ocorridas até ali.
Esforçava-me
pra entender e buscava forças nos bons momentos de minha vida nos dias
anteriores, a noite de noivado, quando senti um toque nos meus ombros, era o
primeiro daquele dia maluco, olhei e percebi um homem alto, forte, iluminado,
todo de branco em pé do meu lado com a mão em meu ombro. Ele transmitia paz,
olhou-me e com uma voz forte, mas suave me disse: “Você não morreu.” Então
apenas repeti em tom de interrogação, “ não morri?” (http://heronfashion43.blogspot.com.br/2012/06/eu-morri.html)
Naquele
instante acordei e percebi que estava deitado num lugar escuro, fechado, apertado
e quase sem ar. Minha cabeça doía bastante, tentei erguer as mãos com certa
dificuldade forçando para cima algo que parecia uma tampa de madeira. Aos
poucos consegui levantá-la e para minha surpresa estava em meu quarto, dentro
de um grande baú antigo que mantinha em minha casa. Por isso estava meio
encolhido quando acordei.
Saí,
uma luz acesa no banheiro que estava de porta aberta iluminava o recinto. O
clima estava estranho e pesado, algo maligno pairava no ar. Ouvi ruídos de
vozes e estalos de beijos vindos da sala, olhei pela fresta da porta
entreaberta, não consegui ver nada, pois tinha um corredor separando os
cômodos. Caminhei pelo corredor com cuidado e na penumbra da sala percebi
aquele casal se beijando. Era meu sócio e ela.
Voltava
ao quarto tentando entender o que estava acontecendo, quando escutei meu sócio
dizendo, “Tiramos aquele idiota de nosso caminho, e você querida fez tudo
direitinho induzindo-o a beber aquela água envenenada. Vamos dar sumiço no
corpo e depois de alguns dias avisamos a polícia de seu desaparecimento.”
Novamente
no quarto e extremamente confuso com o que estava acontecendo, não podia
acreditar que meu amigo e sócio poderia não só planejar quanto executar tal
plano contra mim. Tirar minha vida e com ajuda dela.
Corri
os olhos em volta do quarto e sobre a cômoda percebi um revólver. Furioso com
tudo peguei aquela arma e sem pensar parti para o encontro do casal.
Estavam
tão distraídos que somente perceberam minha presença quando já estava na frente
deles com a arma apontada. Levaram o maior susto, já que acreditavam que eu
estivesse morto dentro daquele baú.
A
questão é que comemoraram tanto, por horas, que demoraram a dar fim no meu
corpo e por sorte minha, a secretária, incumbida de me envenenar, de tão sonsa usou
sedativo que apenas me apagou por horas. Caso eles tivessem agido mais rápido, eu
poderia estar de fato morto no fundo do mar onde eles pretendiam me jogar.
Agora
estávamos ali de frente. Eu com a arma na mão apontada pra eles e os dois
completamente abestalhados e com medo do que aconteceria. Na ira que me
encontrava, sem titubear atirei não pensando nas conseqüências. Matei-os e me
entreguei à polícia, fui preso, julgado e condenado. Hoje lhes conto essa
história fechado em uma cela da penitenciária.
Não
se assustem com esse final, na verdade foi o que passou por minha mente ainda
no quarto com o revólver na mão, pois estava muito transtornado e revoltado com
aqueles dois.
Foram segundos de indecisão, mas, optei por fazer o correto,
liguei pra polícia que logo chegou e os levou.
Minha
noiva chegou em seguida, preocupada.
Quando me viu se atirou em meus braços, num forte e apertado abraço. Beijamo-nos
apaixonadamente.
FIM