segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
FELIZ 2013
segunda-feira, dezembro 24, 2012
2013, 31 de dezembro, champanhe, facebook, festa de fim de ano, fim de ano, reveillon, reveillon 2013, seia, vinho
sem comentário
Entendo que não há nada de sobrenatural na passagem de um ano para o outro.
Mas acredito no sobrenatural de Deus disponível a todos que crêem.
O desejo de Deus é de nos abençoar sempre, a cada instante e ele o faz.
Se está esperando o milagre de Deus e não consegue visualizá-lo, olhe pra você. Nossa vida é o maior milagre d'Ele pra nós.
Faça planos, projetos para o novo ano que está chegando. Lute por eles, para que sejam realizados, mas mantenha seus olhos fixos em Jesus Cristo e esteja sensível ao Espírito Santo,
pois pode haver alterações no percurso e quando Deus nos alerta por alguma coisa é porque Ele sabe o que é melhor pra nós.
A Bíblia em Tiago nos diz:
"Eia agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã iremos a tal cidade, lá passaremos um ano, negociaremos e ganharemos.
No entanto, não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois um vapor que aparece por um pouco, e logo se desvanece.
Em lugar disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo". (Tiago 4:13 a 15)
Podemos e devemos fazer planos para nossa vida, mas os mesmos precisam estar em sintonia com a vontade de Deus.
E como as coisas nem sempre são fáceis, os caminhos percorridos muitas vezes tem espinhos, pedras, sol quente ou chuvas fortes criando obstáculos.
Entendo que pelo menos duas coisas são necessárias na jornada diária de nossas vidas não importando as circunstâncias - Fé em Deus e muito bom humor.
Desejo a você um ano novo de muito sucesso (sempre lembrando que pra isso é necessário muito trabalho), paz, saúde e felicidade.
Grande abraço,
Heron José
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
FIM DO MUNDO
quarta-feira, dezembro 12, 2012
arrebatemento, choro, explosão, fim do mundo, heron's, heronjc, incêndio
2 comentários
Conheceram-se na
internet, num site de relacionamentos e já faz algum tempo que estão se
relacionando, na verdade são seis meses, mas ainda não se conhecem
pessoalmente.
O casal está cada
vez mais apaixonado e em conseqüência disso, apenas o contato virtual, já não é
mais suficiente, mesmo se vendo diariamente na webcam. Ambos sentem a
necessidade do contato físico, do estar e viver juntos, claro.
A ansiedade por
esse primeiro encontro é grande e eles vêm planejando isso há algum tempo, a
questão é que existem alguns empecilhos, entre eles, talvez o principal, a
falta da grana.
Mas a proximidade
do dia 21 de dezembro de 2012, data do FIM DO MUNDO, anunciada e propagada
pelos canais de rádio e televisão e bem ventilada na rede mundial de
computadores levou a garota a apressar o jovem amado a providenciar logo esse
encontro.
Como o dia vinte e
um tem se aproximado e a incerteza se o mundo vai acabar ou não e ainda o medo
de não viverem esse apaixonante encontro, fez com que Zé Maya acelerasse tudo.
“Dei um jeito aqui”
disse ele pra ela por telefone, “Viajo amanhã ‘praí’”. Mesmo diante da insistência dela, não deu mais explicações de como tinha arranjado tão
rapidamente o dinheiro que vinha dizendo não ter nos últimos meses.
Era 20 de dezembro
quando se encontraram no aeroporto, apaixonante por sinal, com direito a forte
abraço e prolongado beijo.
A pedido dele, ela
havia preparado uma programação intensa para aquele dia com direito a praia,
mar, água de coco, passeio pela cidade, cinema, música, dança, tudo regado a
beijos e abraços, culminando com jantar romântico e até uma noite de lua de mel
antecipada.
Queriam aproveitar
o tempo que restava a humanidade, “vai que o mundo acaba mesmo”. Esse era o
pensamento e palavra de ordem dos jovens apaixonados.
De fato o dia foi
ótimo e a noite foi fantástica. O casal se amou apaixonadamente naquele quarto
de hotel luxuoso com vista para a praia.
Era noite de céu
estrelado e lua cheia, propício para a primeira noite romântica daquele par.
Tudo muito harmonioso.
Ele acordou
assustado, no relógio, duas e meia da manhã, olhou de lado e percebeu que
estava sozinho, um bíblia aberta no livro de
Apocalipse sobre a cama.
Ficou preocupado ao
se lembrar do tal fim do mundo, pensando cadê ela, sua amada, o certo é que ela
não estava em nenhum canto daquele quarto. “Será que foi arrebatada”, pensou
ele.
O clima estava
estranho, pesado. Foi até a janela e percebeu muita fumaça, raios, explosões, gente desesperada, correndo pra todo lado, chorando e gritando
histericamente, tudo ao mesmo tempo. Seria o fim do mundo?
Começou a chorar e
a pedir perdão a Deus se lembrando que havia roubado dinheiro do cofre da
empresa que trabalhava pra poder viajar, já que o mundo iria acabar mesmo.
Agora se lembrava
do texto bíblico: “Então, estando dois homens no campo, será levado um e deixado
outro; estando duas mulheres a trabalhar no moinho, será levada uma e deixada a
outra. Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor.”
“Eu fiquei, eu
fiquei”. Falava em voz alta e chorava pensando ter acontecido o arrebatamento
descrito na Bíblia, quando de repente a porta da suíte se abre, era Ana Asteca.
Não chore querido,
não é o fim do mundo, eu estou aqui todinha pra você, foi apenas um incêndio no
prédio da esquina...
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
PERDIDO NO TEMPO (INSANIDADE)
Estou perdido no
tempo
Entre o presente e o
passado
Sem conseguir olhar
para o futuro
Sinto-me frustrado e
decepcionado
Enorme é o vazio e
imensa a desilusão
Não consigo aceitar
essa possibilidade
Perco-me em devaneios
E minha mente viaja
em lembranças
Dos momentos bons que
com ela passei
Beijos, abraços,
intimidades, confidências, cumplicidade
Ao mesmo tempo,
solidão, tristeza, incompreensão
Um conflito de
pensamentos que perturba e aperta forte meu peito.
Impossível continuar
vivendo assim
A loucura é grande, a
insanidade é tamanha
Que paranóia essa
minha
Se ela está aqui
dormindo ao meu lado?
* Arte de Luciano Max
domingo, 18 de novembro de 2012
EU NÃO MORRI
domingo, novembro 18, 2012
beijo, champanhe, heron's, heronjc, morte, revolver, traição, vida
sem comentário
É noite e estamos em um belo
apartamento com vista para o mar, na sala com pouca luz, sobre a mesa de centro
champanhe bem gelada, no confortável sofá uma linda mulher e seu parceiro
sorrindo muito brindam e se beijam. A alegria está estampada em seus rostos,
parece que algo muito bom acaba de lhes acontecer, o que será?
Enquanto
isso num outro lugar, eu estava cansado de observar o tempo, as pessoas, o
movimento e nada de acordar, seria mesmo um sonho? Apesar de o tempo estar
estranho e mudar de segunda pra sexta tão rapidamente parecia um longo período
pra ser um sonho, apesar da confusão de situações ocorridas até ali.
Esforçava-me
pra entender e buscava forças nos bons momentos de minha vida nos dias
anteriores, a noite de noivado, quando senti um toque nos meus ombros, era o
primeiro daquele dia maluco, olhei e percebi um homem alto, forte, iluminado,
todo de branco em pé do meu lado com a mão em meu ombro. Ele transmitia paz,
olhou-me e com uma voz forte, mas suave me disse: “Você não morreu.” Então
apenas repeti em tom de interrogação, “ não morri?” (http://heronfashion43.blogspot.com.br/2012/06/eu-morri.html)
Naquele
instante acordei e percebi que estava deitado num lugar escuro, fechado, apertado
e quase sem ar. Minha cabeça doía bastante, tentei erguer as mãos com certa
dificuldade forçando para cima algo que parecia uma tampa de madeira. Aos
poucos consegui levantá-la e para minha surpresa estava em meu quarto, dentro
de um grande baú antigo que mantinha em minha casa. Por isso estava meio
encolhido quando acordei.
Saí,
uma luz acesa no banheiro que estava de porta aberta iluminava o recinto. O
clima estava estranho e pesado, algo maligno pairava no ar. Ouvi ruídos de
vozes e estalos de beijos vindos da sala, olhei pela fresta da porta
entreaberta, não consegui ver nada, pois tinha um corredor separando os
cômodos. Caminhei pelo corredor com cuidado e na penumbra da sala percebi
aquele casal se beijando. Era meu sócio e ela.
Voltava
ao quarto tentando entender o que estava acontecendo, quando escutei meu sócio
dizendo, “Tiramos aquele idiota de nosso caminho, e você querida fez tudo
direitinho induzindo-o a beber aquela água envenenada. Vamos dar sumiço no
corpo e depois de alguns dias avisamos a polícia de seu desaparecimento.”
Novamente
no quarto e extremamente confuso com o que estava acontecendo, não podia
acreditar que meu amigo e sócio poderia não só planejar quanto executar tal
plano contra mim. Tirar minha vida e com ajuda dela.
Corri
os olhos em volta do quarto e sobre a cômoda percebi um revólver. Furioso com
tudo peguei aquela arma e sem pensar parti para o encontro do casal.
Estavam
tão distraídos que somente perceberam minha presença quando já estava na frente
deles com a arma apontada. Levaram o maior susto, já que acreditavam que eu
estivesse morto dentro daquele baú.
A
questão é que comemoraram tanto, por horas, que demoraram a dar fim no meu
corpo e por sorte minha, a secretária, incumbida de me envenenar, de tão sonsa usou
sedativo que apenas me apagou por horas. Caso eles tivessem agido mais rápido, eu
poderia estar de fato morto no fundo do mar onde eles pretendiam me jogar.
Agora
estávamos ali de frente. Eu com a arma na mão apontada pra eles e os dois
completamente abestalhados e com medo do que aconteceria. Na ira que me
encontrava, sem titubear atirei não pensando nas conseqüências. Matei-os e me
entreguei à polícia, fui preso, julgado e condenado. Hoje lhes conto essa
história fechado em uma cela da penitenciária.
Não
se assustem com esse final, na verdade foi o que passou por minha mente ainda
no quarto com o revólver na mão, pois estava muito transtornado e revoltado com
aqueles dois.
Foram segundos de indecisão, mas, optei por fazer o correto,
liguei pra polícia que logo chegou e os levou.
Minha
noiva chegou em seguida, preocupada.
Quando me viu se atirou em meus braços, num forte e apertado abraço. Beijamo-nos
apaixonadamente.
FIM
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
ENCONTRO DE AMOR (FRENESI)
E sua imagem doce e bela se
forma em minha mente,
Sinto-me arrepiar, num longo frenesi
Que me arrebata a um lugar longínquo no espaço sideral
Onde temos a lua e as estrelas como testemunhas
Você aparece em minha frente
Linda, linda e muito atraente numa energia e num perfume
Que contagiam todo meu ser.
Num encontro iluminado e apaixonado de um conto de amor.
** imagens da internet, arte Luciano Max
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
COMO ELE VEIO PARAR AQUI?
Noite passada, por volta de uma
da manhã acordei com um barulho em meu quarto, fiquei deitado ainda sonolento
desejando que fossem os cães do vizinho ao lado. É que chovia e eu havia
acabado de pegar no sono e a cama estava muito atrativa, mas para minha
infelicidade o barulho se repetiu e percebi que tinha alguma coisa se mexendo
em meu guarda roupas.
Esse ruído não me era estranho, visto que quando me
preparava pra deitar ouvira algo semelhante, cheguei a dar uma olhadinha pela
casa e não vi nada, então fui dormir.
Bom, levantei-me e ao olhar por
baixo do guarda roupas lá estava ele, um gambá. Então pensei: “como ele veio
parar aqui?”. E fui logo dizendo com voz autoritária: ̶ sai
daí logo, anda.
Me
pergunte se ele saiu, claro que não. Bem que tentei ponderar com ele para que
saísse amigavelmente, pois meu desejo era voltar pra cama imediatamente e
retomar meu sono que estava bem gostoso. Mas acho que ele não entende meu
idioma, pois não deu a mínima para o que eu disse. Cheguei a abrir a porta do
quarto que da para a copa e corri para abrir a porta da cozinha pra ele sair
logo, mas foi em vão.
Lembrei-me do Kleston (meu gato de estimação que vive vestido
com roupa de gato, ou seja, aquele famoso pijama listrado de cinza parece
dormir o dia todo e a noite também.
Parece?
Acho que ele não me estima nem um pouquinho, me deixar sozinho com esse abacaxi
pra descascar. Uai, não era gambá?), mas cadê o bichano? Está presente o tempo
todo miando e relando na perna da gente pedindo comida, importunando, mas
agora, com aquele banquete lá no quarto, comida fresquinha, cadê o “bobão” do
gato? Não me pergunte, pois não sei dizer, só fui vê-lo pela manhã dormindo no
outro quarto.
Não
sei se adiantaria ele aparecer pra ajudar, pois era um gambá e não rato.
Cheguei a pensar que o gatinho sairia correndo de medo, isso sim. Foi melhor
assim, pois não sei qual eu pegaria primeiro, o gato medroso ou gambá intruso.
A propósito: Como ele veio parar aqui? Sabe me dizer se gambás
atravessam paredes ou portas? Tem algum entendido aí? Pois o quarto ficou
fechado o dia inteiro, bom, pode ter caído do telhado, o que acha?
Voltei ao quarto me abaixei
próximo ao guarda roupas e tornei a dizer ao Didelphis, é isso mesmo,
esse é o nome do famigerado que resolveu atrapalhar minha noite de sono. Sabia
que suas fêmeas (não as suas, as deles) costumam dar cria entre dez e dezoito
filhotinhos, se um incomoda, credo, já pensou dezoito? Não quero nem pensar.
Não pense que fiquei batendo papo com ele sobre sua vida conjugal, não é isso
não. Como ia dizendo, tornei a dizer-lhe:
̶ Sai fora logo, se manda daqui cara, na paz.
Como eles não entendem de outro
idioma senão o da vassoura, rodo ou coisa parecida, fui até o banheiro buscar a
vassoura e voltei disposto a afugentá-lo imediatamente. Chegando ao quarto dizendo a que vim e passei a vassoura por
baixo do armário para assustar o “marsupial”.
Então ele se assustou e soltou um
grunhido (será que é esse o idioma dele, não entendi nada. Tenho que arrumar um
tradutor), em seguida saiu correndo e fui atrás dele, pressionado escorregou e
caiu escada abaixo, quando cheguei até ele, estava desacordado e curiosamente
acontecia uma metamorfose e o gambá estava tomando forma de um estranho ser,
parecido com esses extraterrestres vistos em filmes ou desenho animado.
Resolvi chamar uma ambulância do
Samu, mas antes mesmo de eu me mover em busca do telefone, entrou pela porta da
cozinha cinco outros “homenzinhos” daquele. Não me fizeram mal algum, se
dirigiram ao desmaiado e num toque o reanimaram.
Depois de acordado, ele explicou
que havia caído da nave num matagal e tomou a forma do primeiro ser que
encontrou, um gambá. Em seguida se refugiou em minha casa enquanto aguardava o
resgate da aeronave.
Essa é a mais pura verdade, mas
sei que você deve estar duvidando de mim, ta vendo essa barata que invadiu sua
casa nesse exato momento? É apenas um inseto, fica tranqüilo, não vai se
transformar em ET. Fui!
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
CHAMADA ERRADA
quinta-feira, agosto 30, 2012
amor, beijo na boca, choro, cidade de Goiás, Heron, Heron do Carmo, heron's, heronjc, telefone
sem comentário
Pelo
telefone uma voz me dizia:
Estou
quase morrendo de saudades de você.
Eu
do outro lado sem compreender perguntei:
Quem é você?
Ela
então diz: Sei que minha voz está estranha por causa do choro,
Mas
não posso acreditar que me esqueceu, meu amor.
Continuava
sem entender e aquela voz não reconhecer,
Quem
será essa pessoa que chora desesperada implorando
Minha
atenção?
nem
aventura, muito menos uma ficada,
Então
lhe perguntei: quem é você afinal
Que
chora inconformada a implorar o meu amor?
Agora
eu só ouvia o som de choro,
Pelo
jeito muitas lágrimas.
Após
muitos soluços e minutos de silêncio,
Ela
então se manifestou, e meio embasbacada
Assim
me questionou: não consigo entender,
Nem
ao menos aceitar que meu amor por você
Nada
significou Elano.
Meu
nome não é Elano,
Foi
aí que percebi que aquela ligação
Era
uma chamada errada e que
tudo
não passara de um tremendo engano.
Alívio.
terça-feira, 14 de agosto de 2012
CRISTINA E CLAUDINHA
terça-feira, agosto 14, 2012
família, garotinha, Heron, heron's, heronjc, mãe, menina, pai
sem comentário
Cristina era uma menininha acanhada e séria
e acabara de fazer três aninhos. Ela não tinha um pai e seu grande sonho era
que ele chegasse a qualquer dia pra ser como as outras crianças de sua idade.
Sair com ele pra passear segurando em sua
mão e se divertir muito. Ela imaginava os dois brincando de pique esconde,
correndo um atrás do outro e se escondendo pra ser encontrado, ir à praça, ao
parque, se divertir a doidado.
Comecei a namorar sua mãe e a primeira vez
que a vi não me deu a mínima, mas devido aquele namoro começou também um
relacionamento entre nós.
Confesso, não sabia no que daria aquele
namoro, até onde iria, e na verdade esteve por algumas vezes para se acabar,
certo é que cheguei a terminar, mas depois voltamos.
Não quero nem imaginar o que teria sido do
meu relacionamento com a garotinha. É certo que terminando o namoro com sua
mãe, o afastamento dela seria normal.
Mas o bom de tudo é que essa história não
acabou assim. O namoro continuou e passei a ir à casa da namorada e era só eu
chegar para que ela, a menininha, corresse para o meu colo, agora, sempre
sorrindo, e não me largasse mais. Revirava meus bolsos em busca de balinhas e
chocolate, que então passei a carregá-los delas, para que sua busca não fosse
frustrada.
Um dia, ainda no começo, sabia lá eu se
aquele relacionamento teria futuro, estávamos na casa de minha sogra para um
almoço em família, e o priminho da garotinha disse a ela apontando para seu
pai, “eu tenho pai e você não tem”, imediatamente ela, sem precisar pensar duas
vezes, pega na minha mão e diz: “aqui meu pai”. Desse dia em diante, eu não era
mais apenas José para ela, agora eu era “pai” ou “papai”. Lá se vão vinte anos
desse fato, e não consigo ficar sem me emocionar quando me lembro disso.
Essa decisão de Cristina foi tão forte que influenciou sua irmãzinha de
um ano a tal ponto que a primeira palavra dita por ela foi “papai”, pena que eu
não estava perto para ouvir.
Claudinha, sua irmã por sinal também se
apaixonou por mim, ainda não andava, mas quando ouvia minha voz vinha
engatinhando até chegar ao meu colo.
Nossa ligação foi muito grande, quando fui
trabalhar em outra cidade e fiquei quarenta dias longe, e ela sentindo minha
falta perguntou sua mãe quando eu viria, sua mãe disse em julho e a partir daí,
todos os dias ela perguntava: “mãe, hoje é julho?”
Vivia dizendo que queria ir embora comigo
para Curitiba (onde eu estava morando naquela época), se deixasse, acho que
iria.
Quando me casei e fomos embora, grande foi
sua alegria ao chegar à capital paranaense.
Já casados há algum tempo, a garota costumava
dizer para sua mãe que se nós nos separássemos ela ficaria comigo.
Claudinha era muito sapeca, certa vez
deitada no sofá brincava com um prendedor de cabelos, o objeto era pequeno e
ela o enfiou na boca e ele foi parar em sua garganta, quando sua mãe e a babá
viram, ela já estava quase sem ar. Pegaram-na rapidamente pra correr para o
pronto socorro, quando eu por instinto mesmo, enfiei o dedo em sua boca e tirei
aquele negócio que estava quase descendo goela abaixo. Ufa!
Outra vez ela mesma, Claudinha foi para o
banho, se trancou no banheiro abriu o chuveiro e estava lá por horas quando sua
mãe desconfiada pela demora invadiu o recinto abrindo a porta com uma chave
reserva e lá estava a menina sequinha dormindo deitada num canto. Aquele dia a
bronca foi certa e por um longo tempo não se lavou sozinha.
Certa ocasião as garotinhas estavam indo ao
supermercado, sua mãe havia as enviado com a ordem de voltar logo, pois as
compras eram para preparar o almoço e elas tinham que ir para a escola.
Cristina encontrou pelo chão um pedaço de
uma galha de árvore pequena e saiu carregando pelo caminho, em determinado
momento ela resolve jogar para cima e pegar de novo ou jogar para Claudinha e
receber de volta. A rua não estava muito movimentada, mas passava naquele
instante uma camionete e Cristina errou a mão ao jogar a madeira, que foi parar
no vidro do veículo.
Que confusão, o carro parou, o dono desceu
e estava bravo apesar de não ter quebrado nada. Quando as viu, percebeu que as
conhecia, pois era meu amigo e prometeu apenas me contar o acontecido depois,
mas nunca fiquei sabendo por ele. Elas é que muito tempo depois deixaram vazar
tal fato.
Meu amigo na verdade as levou ao
supermercado e ainda deixou-as em casa, que sorte das pequenas.
Elas hoje estão grandes, adultas e levam
sua própria vida, mas tenho muita saudade daqueles tempos em que elas eram
apenas duas garotinhas. História pra contar é que não falta, mas isso fica pra
uma próxima oportunidade.