Sejam Bem Vindos

Espero que curtam e acompanhem meus posts. Conto com a participação de vocês com comentários, sugestões e até mesmo críticas, desde que construtivas.

O Cego de Jericó

Com certeza Bartimeu saiu de casa aquele dia para mais um dia de rotina. Vs. 46 – Sentado à beira do caminho (solitário) - Jesus era seguido de seus discípulos e grande multidão, ele poderia pensar: “será que ele me notará, fará alguma coisa por mim?”

O Vulto da Mulher da Foice

Diz a lenda que em uma pequena cidade do interior, um vulto de uma mulher vestida de negro e com uma foice em punho era vista em pontos diferentes do lugarejo altas horas da noite por muitas vezes.

Seus Olhos

Seus olhos me olham profundamente, Num brilho que reflete em minha alma, Lá no fundo eles me dizem o que seu coração espera,

É Verdade Amor

É verdade amor Não tem mais como esconder O que sinto por você. Relutei, não queria aceitar Pensava: Ela é minha amiga, não posso me apaixonar

sábado, 13 de julho de 2013

RECOMEÇO

Max, 40 anos, solteiro desceu apressado do coletivo no terminal, estava atrasado para um importante compromisso naquela manhã em Goiânia. Passou pela catraca, descendo a rampa de saída em direção a faixa de pedestres na avenida ao lado.

Estava movimentada aquela rua, o fluxo de veículos era enorme. A correria de sempre que já se tornou normal para quem vive na capital.

Quando estava próximo da faixa percebeu que uma jovem mulher invadira a pista sem perceber que se aproximava um ônibus. Na certa seria atropelada e morta, pois, pela velocidade da lotação o impacto seria fatal.

Instintivamente estendeu a mão e a puxou pelo braço. Numa fração de segundos conseguiu salvar a moça livrando-a da morte.

Assustada abraçou-o e começou a chorar desesperadamente. Ele a confortava passando a mão em sua cabeça bem devagar e dizendo para ter calma, pois o pior tinha passado e ela havia se salvado.

Max perguntou-lhe se queria que chamasse o Samu ou alguém da família, mas entre soluços, Roberta, esse era seu nome, disse que não precisava de atendimento médico e que seus parentes moravam no interior.

Ele insistiu em ligar para alguém, uma amiga, quem sabe, preocupado que estava com o descontrole emocional dela. Diante de mais uma negativa da jovem, levou-a para um bar do outro lado da rua para dar-lhe algo de beber, talvez água com açúcar.

Assentados à mesa, ela agora mais calma começa a contar-lhe sua vida. Disse-lhe que não foi um acidente, mas que tinha vindo para a capital com a intenção de se matar e a melhor maneira que encontrara era se jogar na frente daquele ônibus.

Mas estava aliviada de não ter concretizado tal plano e grata por ele tê-la salvo.

Aos quinze anos ela conheceu um cara de vinte e se apaixonou ao ponto de enfrentar os pais que não queriam aquele relacionamento e fugiu com ele para outra cidade onde foram morar juntos.

Depois de tudo que ela enfrentou para viver com ele, aqueles anos todos brigada com a família, o cara a expulsou de casa para viver com outra sob a alegação de que não gostava mais dela.

Desesperada, longe dos pais e familiares, se viu sem rumo, sem direção.  Tendo vivido todo aquele tempo dedicada ao marido, quase que isolada do mundo, não teve filhos, nem fizera qualquer amizade. 

O desespero foi tão grande que pensou em dar cabo da vida e era isso que estava tentando fazer quando Max apareceu em sua vida.

Enquanto ela falava, ele a observava. Apesar do rosto vermelho e os olhos inchados de tanto chorar, lhe pareceu uma mulher bonita, atraente e bem jovem.  

Depois de um longo tempo ela já estava mais tranquila e ele tinha lhe convencido de que o melhor era permanecer vivendo, reconciliar com a família e recomeçar. 

Roberta concordou de acompanhá-lo em seus compromissos. Verdade é que Max estava encantado com aquela mulher.

Ele estava tão impressionado com ela que ao atravessar a rua se distraiu e foi atropelado por um caminhão.

Roberta começou a gritar desesperadamente e imediatamente formou-se um tumulto em volta do corpo estendido no meio da rua. Um carro de polícia que passava próximo ao local se aproximou e acionou o socorro médico. Alguém se abaixou ao lado de Max querendo ajudar e disse, “o cara morreu”.

Brincadeirinha.

Na verdade eles nem atravessaram a rua, saíram caminhando pela calçada, agora a moça já sorria das brincadeiras de Max e logo estavam de mãos dadas. Mais adiante se abraçaram e seguiram caminho.


Parece que ali começava uma nova história para Roberta. Seu recomeço.



*** imagens da internet

quarta-feira, 3 de julho de 2013

A MANIFESTAÇÃO



Um rapaz chamado Dilon se apaixonou por Zulmira sua colega de sala quando ainda cursava o Ensino Médio.



Zulmira era uma moça muito bonita e educada, de bom comportamento, estudiosa e de pouca conversa. Apesar de sempre sorridente não costumava dar muito assunto aos garotos.



Ele muitas vezes servia de chacota para os colegas, pois sempre no mundo da lua na sala de aula, com certeza imaginando histórias românticas ao lado da moça, não percebia quando a professora lhe perguntava alguma coisa e acabava ganhando uma bronca da mestra.



Ele sempre muito tímido nunca teve coragem de se manifestar para a moça, nem ao menos se aproximara dela, mas a observava de longe.



Algumas vezes quis acompanhá-la no recreio ou no caminho de volta para casa no final da aula, mas sempre tinha alguém por perto e ficava com vergonha, com medo de dar alguma mancada ou da menina não lhe dar atenção.



Eles se formaram, o tempo passou, mas Dilon nunca deixou de gostar de Zulmira. Ela nem ninguém ficou sabendo de sua paixão, mas verdade é que ele nunca conseguiu esquecê-la, pelo contrário, estava cada dia mais apaixonado.



Moravam na mesma cidade e um certo dia ela foi trabalhar na mesma empresa que ele. Ficou feliz em revê-lo e para sua surpresa até lhe deu o número do celular.



Às vezes parecia que ela estava olhando diferente para ele, fez até um teste, olhando de repente para ela, e a impressão é que estava sendo observado.


Mas não quis acreditar pensando que era coisa de sua cabeça.



Também não tinha coragem de lhe escrever um bilhete, mandar um torpedo no celular nem ao menos um e-mail se declarando. Era muito tímido para isso. E a vergonha que ficava só de imaginar tal coisa?



Ela acabou por pedir demissão para ajudar a mãe a cuidar do pai que adoecera gravemente.



Depois de algum tempo Dilon resolveu deixar a timidez de lado e a vergonha que lhe oprimia, arrumou uma cartolina, escreveu “I love you” e partiu em direção a casa da garota.



Era dia ainda, mas ele não se envergonhou com as pessoas na rua. Ora levantava o cartaz bem alto, ora colocava na altura do peito.


Com essa onda de manifestações pelo país, começou a ser seguido por um aqui, outro ali até que centenas de pessoas com cartazes e faixas o seguiam pelo caminho sem nem ao menos saber qual eram seus motivos.



Quando chegou à porta da casa de Zulmira já estava anoitecendo e estava tudo fechado.



Ele começou a gritar “Zulmira, eu te amo”, “Zulmira, eu te amo” e parecia nem perceber que tanta gente estava ali, e o pior, eles gritavam junto dizendo, “Zulmira, ele te ama, sai pra fora”.



Apareceu até uns violeiros e começaram a cantar músicas românticas. Uma linda serenata com todo mundo cantando junto, mas ela não apareceu.



Quem acabou por aparecer foi a polícia. Os policiais desceram da viatura e até cantaram. Teve alguém que pediu pra eles buscarem a moça lá dentro, mas acabaram indo embora.



Foi ficando tarde e como nada acontecia a multidão começou a dispersar e todo mundo foi embora, menos Dilon que acabou dormindo na calçada em frente a casa.



Foi despertado de manhã com um barulho, era um corretor pregando uma placa de vende-se na parede da casa.



Foi quando o jovem ficou sabendo que Zulmira havia se mudado pra outra cidade há três dias com os pais e colocado a casa a venda.