Sejam Bem Vindos

Espero que curtam e acompanhem meus posts. Conto com a participação de vocês com comentários, sugestões e até mesmo críticas, desde que construtivas.

O Cego de Jericó

Com certeza Bartimeu saiu de casa aquele dia para mais um dia de rotina. Vs. 46 – Sentado à beira do caminho (solitário) - Jesus era seguido de seus discípulos e grande multidão, ele poderia pensar: “será que ele me notará, fará alguma coisa por mim?”

O Vulto da Mulher da Foice

Diz a lenda que em uma pequena cidade do interior, um vulto de uma mulher vestida de negro e com uma foice em punho era vista em pontos diferentes do lugarejo altas horas da noite por muitas vezes.

Seus Olhos

Seus olhos me olham profundamente, Num brilho que reflete em minha alma, Lá no fundo eles me dizem o que seu coração espera,

É Verdade Amor

É verdade amor Não tem mais como esconder O que sinto por você. Relutei, não queria aceitar Pensava: Ela é minha amiga, não posso me apaixonar

quinta-feira, 7 de junho de 2012

EU MORRI


Estava vivendo o melhor momento de minha vida, depois de anos de luta e dificuldades, agora posso dizer que estava feliz. Profissionalmente bem, sócio de uma empresa de equipamentos de informática que acabara de ampliar os negócios rompendo fronteiras o que significava mais estabilidade. 

Morava em um apartamento no centro da cidade com vista para o mar, um bom carro e mais alguns imóveis. Depois de um longo e tenebroso inverno na vida sentimental, agora estava em um relacionamento sério com uma linda mulher, a qual esperei por anos. Ela vivia me pedindo pra esperar, primeiro porque estava estudando, depois foi morar no exterior por conta de um estágio no trabalho e por aí, (nunca desisti dela) até que um dia de volta ao Brasil me procurou e disse que queria se casar. Estávamos noivos. 

Tinha realizado um sonho de ajudar meus pais que tanto lutaram por mim e os presenteado com um pequeno sítio só faltava agora dar-lhes um neto que tanto queriam, e como eu era filho único, mas o processo estava adiantado, iria me casar no final do ano.

Naquela noite, estava tão feliz, tinha deixado a noiva em casa e ao chegar ao meu “AP”, fiquei um tempo observando a noite pela janela, a lua cheia tava linda e até parece que queria me dizer alguma coisa. Passou pela mente uma retrospectiva dos últimos anos, e eu ri sozinho de situações que vivi. Minha alegria era tanta pelo momento que nem dava pra esconder caso desejasse. O porteiro do prédio até disse que eu tava parecendo um bobo de tanta alegria, é que eu não conseguia parar de rir, a alegria tava estampada na minha cara.

Fui dormir lá pelas três da madrugada por que a euforia não me deixava pegar no sono. Curioso é que ao acordar no dia seguinte, me vi andando pelas ruas da cidade, um dia lindo e muito movimentado na cidade, parecia uma segundona brava. Não entendi porque estava a pé num dia daqueles.
Quando chegava próximo de minha empresa uma coisa me intrigava, havia andado tanto, passado por tanta gente e ninguém havia falado comigo nem mesmo o jornaleiro da banca da esquina que sempre puxava assunto. Será que ele estava lá, nem me lembro.

Na empresa passei pela portaria e fui direto a minha sala e da mesma forma parece que ninguém me viu e olha que desta vez tentei falar com alguns funcionários, mas percebi que somente eu os notava. Comecei a achar tudo estranho e o mais lógico é que estava sonhando. Só podia ser um sonho, tava de fato muito esquisito que passei a torcer pra acordar logo. 

Resolvi então não ficar na firma e voltei pra rua e agora, o tempo estranhamente havia passado e me pareceu ser um fim de tarde. Caminhei novamente solitário, atravessei ruas fora da faixa, e os carros nem buzinavam, tentei esbarrar nas pessoas na calçada, mas nada acontecia era como se eu não estivesse ali. Nessa caminhada acabei por chegar a uma praça que nunca havia visto antes, a cidade era outra com certeza, no interior. 

A sensação de que tudo não passava de um sonho aumentou e a vontade de acordar era enorme. A alegria da noite anterior havia se tornado em confusão. Cheguei a pensar na possibilidade de estar louco, mas logo descartei, eu estava invisível, não louco. Era um sonho, e eu iria acordar a qualquer momento. Mas uma coisa era certa, nunca tinha tido um sonho tão real assim. Real?

Pensei em ligar para minha querida, pois a cerimônia de noivado tinha sido na noite anterior e não devia apenas ligar, mas mandar flores, muitas flores pra que ela percebesse que eu estava muito feliz com tudo. Procurei pelo celular nos bolsos e nada.
Triste sentei-me no banco da praça a olhar para o tempo, tarde de céu azul e poucas nuvens, um vento leve soprava as folhas secas que eram varridas pelo zelador. Crianças brincavam a correr entre os canteiros da praça próximo a fonte luminosa. Jovens uniformizados e mochila nas costas voltavam da escola.

Percebi que o tempo havia passado, pois a noite veio e com ela um pipoqueiro parou o seu carrinho ali perto e eu podia ouvir o barulho do milho estourando, mas não conseguia sentir o cheiro da pipoca. Do outro lado da rua em frente a um bar um sujeito assava churrasquinho e muita gente chegava pra comer e beber. Tava movimentada a praça, acho que era sexta feira. 

Estava cansado de observar o tempo, as pessoas, o movimento e nada de acordar, seria mesmo um sonho? Apesar de o tempo estar estranho e mudar de segunda pra sexta tão rapidamente parecia um longo período pra ser um sonho, apesar da confusão de situações ocorridas até ali. 



 
Esforçava-me pra entender e buscava forças nos bons momentos de minha vida nos dias anteriores, a noite de noivado, quando senti um toque nos meus ombros, era o primeiro daquele dia maluco, olhei e percebi um homem alto, forte, iluminado, todo de branco em pé do meu lado com a mão em meu ombro. Ele transmitia paz, olhou-me e com uma voz forte, mas suave me disse: “Você morreu.” Então apenas repeti, “Eu morri?”