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O Cego de Jericó

Com certeza Bartimeu saiu de casa aquele dia para mais um dia de rotina. Vs. 46 – Sentado à beira do caminho (solitário) - Jesus era seguido de seus discípulos e grande multidão, ele poderia pensar: “será que ele me notará, fará alguma coisa por mim?”

O Vulto da Mulher da Foice

Diz a lenda que em uma pequena cidade do interior, um vulto de uma mulher vestida de negro e com uma foice em punho era vista em pontos diferentes do lugarejo altas horas da noite por muitas vezes.

Seus Olhos

Seus olhos me olham profundamente, Num brilho que reflete em minha alma, Lá no fundo eles me dizem o que seu coração espera,

É Verdade Amor

É verdade amor Não tem mais como esconder O que sinto por você. Relutei, não queria aceitar Pensava: Ela é minha amiga, não posso me apaixonar

segunda-feira, 12 de março de 2012

O PACOTE DE DINHEIRO

Jabes caminhava pela rua à noitinha a caminho de casa depois de um dia de trabalho, quando em determinado ponto do percurso avistou no canto de um muro um pacote amarelo de plástico, mas estava tão arrumadinho, bem embrulhado que lhe chamou a atenção.

Não parecia lixo, como é costume se encontrar sacolas ou sacos plásticos de lixo nas calçadas. A rua estava escura e deserta naquele momento e sua curiosidade o levou até o objeto, recolheu o mesmo e foi para casa onde olharia o que era aquilo. Ao chegar em casa foi imediatamente abrindo aquele pacote, era um embrulho de papel pardo envolto numa sacolinha plástica. Acredite, lá dentro tinha vários maços de dinheiro, dez deles com notas de cem reais. Pasmem, eram dez mil reais, e agora o que fazer?

Ele começou a pensar em o que fazer, como encontrar o dono. Ligar para a polícia era uma opção, mas logo a descartou, pois ficou com medo do dinheiro ser roubado e desconfiarem que ele fosse o ladrão. Colocar anúncio nas rádios dizendo que havia encontrado aquele montante, mas muitos donos apareceriam com certeza e como saber quem era o verdadeiro dono? Pelo contrário, resolveu ouvir as emissoras pra ver se não estavam anunciando a perda ou sumiço do dinheiro, ouviu por uns dias, mas só se falava em documentos perdidos e animais desaparecidos. Procurou alguma coisa em jornais locais e também não encontrou. Vasculhou a internet inutilmente. Passou então a freqüentar bares, lanchonetes e salão de cabeleireiro nas proximidades de onde encontrara o pacote pra ver se obtinha alguma informação, mas, por meses nada descobriu. Na mesma época, passou a caminhar naquela rua em horários diferentes de ouvido em pé, tentando ouvir alguma coisa que fosse dita pelas pessoas pela calçada ou na porta das casas, mas foi inútil.

Apesar de não ter descoberto nada, não se sentia confortável pra ficar com a grana, já havia contado e recontado o dinheiro muitas vezes sem tirar um centavo sequer. Não lhe pertencia dizia ele pra si mesmo. Resolveu então guardar o pacote dentro de uma maleta que ficava debaixo de sua cama.

Esse cara até então vivia uma vida tranqüila, numa rotina de trabalho casa, casa trabalho quase todos os dias, com exceção dos domingos e feriados quando ele ficava em casa ou saía pra comer alguma coisa até que esse pacote de dinheiro apareceu em seu caminho, além da preocupação diária que lhe martelava a mente, o medo de ser preso acusado de ter furtado os dez mil reais e olha que já tinha se passado vários meses. Mas não ficou apenas na esfera psicológica.

Certa ocasião um amigo precisou fazer uma viagem às pressas e pediu que Jabes o substituísse no trabalho. Era de vigia noturno o trabalho e por causa disso, ficou um dia inteiro fora de casa, do seu trabalho foi direto para o do amigo. Quando chegou no dia seguinte percebeu que sua casa havia sido assaltada e levaram uma televisão 32” de led, um lap top, e outros objetos, mas a maleta estava lá debaixo da cama quietinha.

Em outra ocasião ao voltar do trabalho sua casa estava em chamas, um vizinho chamara os bombeiros que estavam no local apagando o fogo e tentando salvar alguma coisa. Coisa maluca pensava ele, primeiro assaltam a casa, agora um incêndio cruel. Enquanto ele estava ali de pé em frente da casa um bombeiro chega até ele dizendo que parecia ter sido um curto circuito ou coisa parecida e que um laudo mais minucioso seria feito posteriormente e lhe entregou o que havia sido salvo, uma maleta preta. Isso o deixou muito perturbado.

Mesmo tendo ficado sem nada, não conseguiu usar aquele dinheiro pra se restabelecer. Curiosamente, na maleta do dinheiro, ele guardava uma apólice de seguro que fizera anos atrás por insistência de sua ex-esposa que trabalhava em uma companhia de seguros. Na época ela o importunou tanto que ele acabou cedendo e fazendo o tal seguro que curiosamente cobriu o incêndio. Pelo menos uma coisa boa.

Depois disso ele foi ver uma casa pra alugar e quando subia uma rua em direção ao endereço, um ciclista que estava indo na mesma direção esbarrou nele fazendo-o perder o equilíbrio tropeçar e cair em uma vala onde ganhou algumas escoriações e um braço quebrado, o direito. Bom que o Samu foi chamado e veio rápido. Jabes foi colocado na ambulância que saiu em alta velocidade, sirene ligada em direção ao hospital. Deitado na maca, nem ligou para os ferimentos, pensava nessa fase de azar que vivia e começou a se preocupar o procedimento dos enfermeiros e veio um medo deles fazerem uma injeção errada nele, poderia sofrer complicações graves, mas nesse meio tempo, um cavalo atravessou na frente da viatura, a freada foi tão brusca que a porta trazeira se abriu e a maca ficou pendurada, ele não caiu porque estava amarrado à mesma.

O tempo passou e depois de um ano de muitos contratempos, acidentes, sofrimentos e preocupações com o pacote de dinheiro, Jabes já não andava desconfiado e com medo na rua,os carros de polícia passam por ele sem lhe causar pânico. Vivia um bom momento agora que até perdeu o medo e resolveu gastar a pequena fortuna. “Vou comprar um carro” pensou ele. Pesquisou, pesquisou até que encontrou um carro usado em bom estado pelo valor em mãos (ou maleta).

Foi meio estranho quando fez o pagamento ao dono da loja de carros usados, depois de tantos meses de posse do pacote sinistro, mas não sentiu nenhum medo como antes.

Jabes estava muito satisfeito com seu carrinho e cuidava muito bem dele e num certo dia resolveu dar uma guaribada nele. Ao fazer ele mesmo a limpeza no interior do automóvel, mexendo nos bancos, foi preciso tirar a capa do assento de trás, viu então depois de dias que tinha uma abertura no estofado e enfiando a mão achou algo, puxando pra fora era um pacote amarelo. Ficou assustado, mas abriu, meio temeroso, passou-lhe na mente tudo sofrido no ano anterior por causa de um pacote quase igual. Ao abrir o invólucro plástico, tinha um monte de jornal envolvendo aquilo ainda, debaixo do jornal maços de dinheiro, centenas de notas de cem, uns vinte mil reais...

*Imagem da internet

segunda-feira, 5 de março de 2012

O CEGO DE JERICÓ