Sejam Bem Vindos

Espero que curtam e acompanhem meus posts. Conto com a participação de vocês com comentários, sugestões e até mesmo críticas, desde que construtivas.

O Cego de Jericó

Com certeza Bartimeu saiu de casa aquele dia para mais um dia de rotina. Vs. 46 – Sentado à beira do caminho (solitário) - Jesus era seguido de seus discípulos e grande multidão, ele poderia pensar: “será que ele me notará, fará alguma coisa por mim?”

O Vulto da Mulher da Foice

Diz a lenda que em uma pequena cidade do interior, um vulto de uma mulher vestida de negro e com uma foice em punho era vista em pontos diferentes do lugarejo altas horas da noite por muitas vezes.

Seus Olhos

Seus olhos me olham profundamente, Num brilho que reflete em minha alma, Lá no fundo eles me dizem o que seu coração espera,

É Verdade Amor

É verdade amor Não tem mais como esconder O que sinto por você. Relutei, não queria aceitar Pensava: Ela é minha amiga, não posso me apaixonar

quarta-feira, 13 de maio de 2009

A Queda do Beija-Flor






Outro dia de manhã estava sentado na varanda de minha casa, tomando um café e lendo um livro, quando de repente olhei pra frente e percebi que algo despencava do céu em alta velocidade, não, não era um avião, nem muito menos o Superman afetado por kriptonita, pode ter certeza.


O impacto foi muito forte quando aquele pequeno objeto explodia contra o concreto da calçada, ouvi um plact ou plect, qualquer coisa assim. Levantei-me e fui observar, se fosse o José Cunha (grande e conhecido locutor esportivo na década de 70) teria dito: “Tá lá o corpo estendido no chão”. Era um corpo sim, um minúsculo corpo, penas pretas esverdeadas, normais de um beija flor, bico fininho e comprido. Estava imóvel, também pela queda. Devia estar bem alto, sobrevoando a cidade, a região do Aeroporto, na maior tranqüilidade, cortando o ar, aproveitando o frescor dos altos ares, observando as nuvens, o cenário da cidade lá embaixo, tão distraído que possivelmente não ouviu quando a torre de comando o avisou pelo rádio que tinha saído de sua rota, ou então seu transponder estivesse desligado. Não sei dizer, se trombou com um bando de papagaios, anus, periquitos, andorinhas, ou quem sabe um tucano.


É possível ser um tucano, pois às vezes aparecem tucanos comendo ata (não estranhe, não é um livro de atas de reunião, é uma fruta. Se bem que essas aves comem de tudo. Um papagaio que minha mãe tinha quando eu era criança comeu todo o friso do banco de um táxi que nos levava em uma viagem.) no quintal do vizinho. O que importa é que aquele bichinho estava agora caído em meu quintal, imóvel. Quantos sonhos, projetos, estavam sendo paralisados ali, naquele cimento frio (fria nada, tava fazendo um calorão, devia estar assando, hehe). Por exemplo: cheirar 200 flores até o final do dia, 650.000 até o natal, parar numa montanha qualquer pra troca de penas daqui a dois meses, bobagens desse tipo. Você não queria que ele pensasse em terminar o curso de turismo na UEG, ou juntar uns 20 mil reais na caderneta de poupança, não é mesmo.


Talvez, quem sabe ele estivesse indo ao encontro de uma beija flor, que possivelmente conhecera no Orkut, ou teclava com ela no msn. Bom isso não vem ao caso agora, o certo é que ele estava ali desmaiado, ah, como eu sei? Simples, mexi em uma de suas asas e ele se moveu. O que significa que ele não estava morto, talvez ferido, o que fazer? Ligar pro corpo de bombeiros, quem sabe o Samu? Como ele tinha se remexido, claro, percebi que não estava morto, deixei-o de lado e voltei a me sentar a certa distância, dali a alguns segundos o bicho se levantou e saiu voando como se nada tivesse acontecido com ele. Se fosse um de nós que tivesse caído, teria se levantado, batido a poeira do corpo, dado uma olhadinha meio desconfiada para os lados pra ver se tinha alguém nos vendo e pernas pra que te quero. Ele, é, o beija flor, fez nada disso, voou e nunca mais o vi. Espero que não tenha caído em outro quintal, existem muitos gatos por aqui. Acho que o danado deve ter tido um mal súbito, só isso.

Bom, pra que estou contando essa história? Podemos nos comparar a esse passarinho, e pensar em quantas vezes tivemos uma queda na vida. Sim, quantos planos frustrados, quantos sonhos bruscamente paralisados, como se tivessem tirado o chão de debaixo de nossos pés, é, você sabe do que estou falando. Não foi mole, não é? Na verdade foi muito difícil, doeu muito, talvez ainda esteja doendo. Talvez você tenha ficado ali, estacionado, sem saber o que fazer, pra onde ir, como se levantar, a queda foi muito grande, a decepção foi tamanha. Pode ser que você ainda esteja aí no mesmo lugar, bom, então é hora de se levantar, como aquele beija flor, sacode o pó e volte para a vida. Olhe pra você, pode rir, foi apenas um tombo, volte a voar, a sonhar, se liberte do passado e não tenha medo de arriscar, acredite que tudo pode mudar.