domingo, 22 de julho de 2007

TRÁFICO DE SEMENTES? PARTE 2


Como pudemos observar anteriormente, a notícia propagada pela emissora de rádio local sobre um pastor da cidade ser suspeito de tráfico de sementes dos Estados Unidos para o Brasil andou de boca a boca até chegar a casa do mais conceituado e respeitado sacerdote de Vila Boa. 

O que as pessoas não sabiam é que tudo isso não passa de um mero equívoco, e muito menos que o citado pastor tem identidade secreta e teria ido até a terra do Tio Sam por outros motivos.

Em um determinado dia, uma fiel da igreja dele foi visitá-lo para contar-lhe as boas novas.
— Pastor, o senhor é sempre um homem muito ocupado, tão atarefado com a obra que não deve ter tempo de ouvir rádio, nem é homem de dar atenção para conversinhas (pra não dizer fuxicos). Por isso vim até aqui contar-lhe as novidades, afinal de contas o senhor ficou tanto tempo fora da cidade, não é mesmo?


— Sim, minha irmã! Mas estou com pouco tempo agora. (Enquanto falava com ela pensava consigo mesmo: Meu Deus, tenho que pensar uma maneira de evitar que as pessoas descubram que sou o homem que a polícia federal procura, como elas iriam acreditar que sou apenas um caçador de ratos e não traficante de sementes?).


— Mas pastor, o senhor não sabe que agentes da polícia federal estão aqui na cidade a procura de um pastor suspeito de trazer sementes proibidas dos Estadunidus pra cá?
— É, minha irmã?


— Sim, é uma tal de dolarisverdis. Diz que é só plantar que dá, e aí vai ficar rico, da muito dinheiro.


Enquanto a irmã contava o que sabia sobre o assunto ao pastor, agentes da polícia federal que vieram secretamente (é o que eles pensam. Se aquela irmã(?) está sabendo, Goiás inteiro também. 


Ops, falei demais!!) Estavam em uma determinada casa num bairro supostamente nobre da cidade interrogando um pastorzinho pequeno e franzino, chamado Silva.
— Diga logo o que queremos saber senhor.


— Mas dizer o que senhores, não sei do que se trata.


— Olha, não adianta ficar fingindo que não sabe, nós já sabemos de tudo.


— Mas de tudo o que? – Disse o Pastor Silva.


— Da trama toda, esse negócio do senhor viajar para os Estados Unidos levando alimentos na bagagem, até bolo de arroz levou, isso é tudo desculpa, pra não dizer estratégia sua para enganar a polícia americana nos aeroportos.


— Já disse, não sei do que se trata. Que história é essa de Estados Unidos, bolo de arroz, urgh! eu nem gosto disso.


— Fala logo que viajou aos Estados Unidos recentemente. Pensa que nos engana.


— Eu fui até Israel recentemente, mas não teve escala nenhuma na América.


— Ahá, então saiu mesmo do país como pensamos? É mesmo suspeito de tráfico de sementes de dolarisverdis.


— Vocês estão loucos, eu gosto muito de dinheiro, mas não consegui ainda essas sementes, elas são muito difíceis de se conseguir. Ih, falei demais. Bom, é, eu fui até Jerusalém, na terra santa, mais nada, tenho testemunhas.


— Senhor, tudo que disser está sendo gravado e será usado contra o senhor no tribunal. (Nervoso) E vá dizendo logo que história é essa de estar atrás de sementes de dolarisverdis.


— Não sei de nada.


— Como não sabe, acabou de falar.


— Não falei nada.


— Claro que falou.


— Não falei. Só disse que fui até a terra santa, mais nada, e eu nem gosto de bolo de arroz.


— Agente Pateta, mostre a gravação a ele.


— Que gravação senhor, não estamos gravando nada, nem ao menos trouxemos gravador.


— Você tinha que dizer?


— Bom, senhores, acho melhor se retirarem de minha casa, visto que não tem provas contra mim. (Pensando em voz alta: Ninguém me viu chegando com aquelas sementes). E da próxima vez tragam algum mandado.


Os agentes saíram sem conseguir nada. Entrando no carro comentaram:
— Senhor, será que vamos conseguir descobrir quem é o caçador de ratos nos passando por agentes da polícia federal?


— Fale baixo, ninguém pode descobrir que estamos fingindo ser policiais. Se nos descobrem, nosso superior nos castiga.


— Nem pensar chefe, ficar preso no esgoto de New York de novo cheio daqueles ratos idiotas, nem pensar.


— Temos que descobrir logo se o tal caçador de ratos se esconde nessa cidade, senão o Grande Mick Eimouse nos mata.


— E quando descobrirmos, devemos levá-lo até o grande chefe?


— Não, claro que não!


— Vamos extermina-lo então?


— Também não. Temos é que descobrir a fórmula daquela guloseima que ele usa pra atrair os ratos. O grande chefe está louquinho pra comer desse alimento até se fartar.


Bom, é melhor voltarmos para o avião e ver como andam as buscas aéreas, nossos aviões invisíveis têm sobrevoado os céus desse lugar diariamente pra ver se descobrem alguma coisa.


Enquanto isso no porão de uma das igrejas do centro histórico da cidade um grupo, grande por sinal, de ratos de toda região se reúne para traçar estratégias de combate ao nosso herói. A agitação era enorme, a multidão estava descontrolada e a discussão rolava há horas.


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(Informação importante: nosso tradutor da língua dos ratos não estava presente em nossa redação no momento da digitação do texto).

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