sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

ENCONTRO CASUAL

Estava andando pelas ruas de Goiás quando então vi alguém passar pela calçada, meus olhos não puderam parar de observar, e fiquei olhando até que sumisse virando a esquina.
A partir de então tal fisionomia não saiu mais de minha mente e comecei a desejar encontrá-la novamente, ainda que não sabia quem era, seu nome ou coisa assim. O que eu sabia é que havia gostado do que vira e
queria ver de novo.



Sempre que saía pelas ruas a fazer alguma coisa observava bem as pessoas que passavam dos dois lados da rua, dentro dos carros, lojas, bares e até dentro de algumas casas.
Algumas vezes sai por aí sem ter o que fazer, andando sem rumo pela cidade no desejo de encontrá-la novamente, mas todas essas tentativas haviam sido em vão.


Meu coração não conseguia mais esquecer aquele encontro casual, e dia após dia sentia aquele aperto no peito de saudade misturada com ansiedade de uma pessoa desconhecida.
Histórias eram criadas na mente devido ao desejo de conhecê-la. E sonhava acordado nos momentos de solidão em casa à noite ao tentar dormir, mas os pensamentos se voltavam para aquela linda fisionomia que havia tocado fundo meus sentimentos e até acho que estava apaixonado por aquele vulto desconhecido que havia passado por mim na rua numa tarde quente de Vila Boa.


Não sabia seu nome, nunca há havia visto antes, nem sei se de fato era uma vilaboense ou uma turista de passagem, o que sei, é que meu coração gamou.
As coisas na vida da gente acontecem em fração de segundos. A vida vai acontecendo em sua normalidade, quando de repente um fato novo se instala, e o curso de nossas vidas muda, e em muitos casos radicalmente.


Um encontro pode mudar totalmente nossa vida. Os pensamentos mudam, as ações, os sentimentos, isso é a vida. Duas pessoas que jamais se viram antes se olham e aí começa uma nova vida para ambos. Dali a pouco estão íntimos, sabendo tudo um do outro e ligados pelas cordas do coração, isso é o amor.
Bom, mas e quando isso acontece apenas de um lado, com apenas uma pessoa, como foi o meu caso acima dito, eu nem sei quem é a outra pessoa, nunca mais a vi, não sei qual a cor de sua voz, nem sei se haverá um reencontro. Mas, tem o outro lado, o se. Se ela me viu, se me notou, se seu coração gostou, se ficou parado na minha, se ficou me procurando na rua no cotidiano da vida, quem sabe voltou ao local do encontro casual para indagar pessoas da rua para saber se me conhecem, se sabem quem sou, se tentou explicar como sou, não sei se deu pra notar bem, pois foi algo rápido. Se nunca mais nos vermos, fica o se, ou o será...


Sabe que eu poderia voltar até aquela rua e perguntar as pessoas de lá se conhecem, ou se já viram-na passar por ali, será que vou lembrar detalhes de sua aparência, será que minha memória vai funcionar, pois já faz tanto tempo?


Essa história é apenas fruto da imaginação, mas é assim muitas vezes que as coisas acontecem em nossas vidas, encontros e desencontros. E nossa vida vai sendo vivida, sendo construída, fatos e fatos do dia a dia criando a história que ao menos pela lembrança poderá ser lida.